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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Adquirindo experiência no Caminho de Emaús Texto: Lucas 24:13-35





Este relato do aparecimento do Cristo ressurreto a dois anônimos discípulos é exclusivo do Evangelho de Lucas.
Este relato do aparecimento ocorre quando duas pessoas estavam a caminho de uma aldeia chamada Emaús. Este texto nos faz lembrar da seção central de Lucas nos capítulos 9:51 e 19:27, onde Jesus ensina quando viajava, ao longo das estradas.
Outra característica marcante deste texto é o ensino das escrituras por Jesus, levando sempre a uma postura escatológica sobre a vida do Filho de Deus.
Outro momento importante neste texto é o da comunhão, onde Jesus toma e parte o pão, demonstrando palavras bem parecidas com Lucas 9:10-17, onde alimenta as cinco mil pessoas e com as suas ultimas palavras na ceia.
Podemos dividir este texto em três partes que condensam simbolicamente o ministério de Jesus entre os homens:

1)O ensino de Jesus pelas estradas da palestina.
2)A catequese profunda, interpretativa, prática e escatológica do Antigo Testamento.
3)A comunhão, os momentos de intimidade e o alimento espiritual.

Este texto é na verdade um resumo do ministério de Jesus.

Analisando o texto:

Emaús é com certeza um lugar que significava muito para aqueles discípulos. Era onde as suas famílias residiam, onde haviam deixado tudo para seguir o Cristo que agora , para eles, estava morto.
A distancia de Jerusalém a Emaús era de 11 quilômetros, e a viagem a pé durava um dia e uma noite, de caminhada cansativa por uma estrada de elevações íngreme e sem nenhuma pavimentação e muito arenosa.
Temos para nós a estrada de Emaús como um caminho de regresso, como o retorno a nossa vida do passado, aquilo que fazíamos e praticávamos fora da vontade de Deus.
Outra característica de maús é também considerada como a estrada da decepção, do desespero, e da desobediência.
A estrada de Emaús é considerada por nós como a estrada da falta de fé, da inobservância das escrituras, mas é também a estrada do nosso resgate nos momentos de sequestros em que o desespero e a nossa fraqueza nos levam ao cativeiro da apostasia.
O primeiro fato importante a ser observado é o desânimo dos discípulos:

“Nós esperávamos que fosse ele quem redimisse a Israel”.

Os discípulos esperavam um triunfo magnífico e cinematográfico de Jesus sobre os romanos e judeus, mas isso não acontecera, levando-os ao total desânimo.
Outro fato muito importante que lemos é o que está no verso 13:

“Naquele mesmo dia”.

Essa é uma continuação do texto anterior que fala da ressurreição de Cristo e do seu aparecimento a alguns dos seus seguidores.
Com certeza aquele dia era o dia mais importante da humanidade, o que dia em que o filho de Deus ressuscitou, o dia em que a morte foi vencida, o dia em que Deus triunfou sobre o mal.
Era um dia de vitória dentro do Cosmo, era um dia de vitória para o ser humano. Dia de festejar.
Mas o que estava acontecendo com aqueles dois discípulos era totalmente contrário a versão original dos sentimentos, pois eles ainda choravam a morte, enquanto Jesus já havia ressuscitado.
Era o paradoxo das emoções.
Como podemos explicar o sentimento de desânimo e decepção daqueles discípulos?
Se aquele era dia de festa como poderia estar triste?
Se no dia de glória se sentir derrotado?
Se no meio da maior vitória que o universo já teve sentir-se um fracassado?
Se no dia da esperança sentir-se decepcionado?
No decorrer das nossas vidas infelizmente passamos pela experiência da estrada de Emaús:
A estrada do regresso: Onde retornamos a nossa antiga “vidinha” de pecados e erros.
A estrada da decepção: Onde caímos na decepção com a fraqueza humana.
A estrada do desânimo: Onde ficamos desanimados através das circunstâncias difíceis que nos assola.
A estrada da cegueira: Onde não conseguimos ver a atuação de Deus e achamos que não se importa mais conosco.
Porém, se você está na estrada de Emaús, saiba que Deus vai se achegar a você e vai te mostrar como voltar para aquilo que Ele te designou.

Mas quando é que passamos pela Experiência da Estrada de Emaús:

1)Passamos pela Experiência do Caminho de Emaús quando vivemos as imagens do passado.
Vs. 14

“E iam conversando a respeito de todas as coisas sucedidas”.

A pergunta é: o que havia sucedido?
Havia na memória dos discípulos imagens marcantes que nunca iriam esquecer. Eles comentavam sobre essas lembranças que estavam moendo as suas almas.
Havia muitas coisas para se lembrar:
*Os grandes milagres de Jesus e seus feitos miraculosos onde mostrou que tinha poder sobre a vida dos homens, sobre as forças da natureza e um conhecimento grandioso da Vontade de Deus.
Só que essas lembranças não ocupavam os comentários das coisas sucedidas. Aqueles dois discípulos lembravam fielmente, como se tivessem um projetor de filme em suas mentes, cena por cena do momento em que o poderoso Jesus foi calado, humilhado, cuspido e maltratado até a morte.
Aquelas cenas não saiam de suas mentes, pois o tira teima da dor reprisava aquelas dolorosas imagens para que os seus corações sangrassem cada vez mais.
A psicologia afirma que temos uma queda a nos lembrarmos mais das tragédias que das bonanças. Hoje em dia a tragédia é tema de filmes e tema do nosso jornalismo mundial. Lembramos mais rotineiramente das desgraças que dos momentos bons.
A psicologia ainda fala que se quisermos bloquear uma boa lembrança na nossa mente é só plantarmos sobre a boa lembrança uma má lembrança. Isso trará um bloqueio imediato daquilo que era uma boa e agradável lembrança.
Muitas pessoas passam a viver a Experiência do caminho de Emaús porque não conseguem viver o presente, vivendo sim, o passado mórbido e trágico.
Quando enfrentamos a Experiência do Caminho de Emaús não conseguimos nos lembrar dos momentos bons e isso nos afeta, pois sangra em nós aquela mágoa, aquela decepção. E vamos cada dia mais dando grandes passos no Caminho de Emaús.
Por estarmos com os olhos no passado trágico não podemos ver o presente.

Pare para pensar:

Você está vivendo das imagens do passado?
Você não consegue mais se lembrar de momentos agradáveis?
Você está vivendo das amarguras de um passado trágico que ficou para trás, mas te machuca ainda?
Saiba que se essas imagens do passado são projetadas na sua mente agora, e isso te dói, te machuca, pois é uma ferida ainda não cicatrizada, Jesus se achega a você agora, a decepção vai passar, o passado vai ser lançado no mar do esquecimento.

2) Passamos pela Experiência do Caminho de Emaús quando sofremos decepções.
Vs. 17 , 21.

“Então, lhes perguntou Jesus: Que é isso que vos preocupa e de que ides tratando à medida que caminhais? E eles pararam entristecidos”.
“Ora, nós esperávamos que fosse Ele quem havia de redimir a Israel; mas depois de tudo isso, é já este o terceiro dia desde que tais coisas aconteceram”.

Dizem por ai que a esperança é a ultima que morre, mas as desses dois aqui já passavam pelo processo de decomposição.
A esperança caiu no posso lamacento e escorregadio da decepção. Eles mantinham uma expectativa da fé, do trabalho e dos serviços prestados a Jesus e foram chocadas pelo desconforto da não sustentação dessa expectativa.
A decepção foi o caminho mais curto para aqueles dois homens, que esperavam uma coisa de Jesus e receberam outra completamente diferente.
Esperavam vitória e receberam derrota.
Esperavam um reino político e receberam um reino espiritual.
Esperavam guerra e receberam a paz.
Naquele momento Jesus aproxima-se deles e dirige-lhes uma simples pergunta:

“O que vos preocupa e de que vais tratando...”.

Já sentiram o desconforto de um curativo ou daquela gaze que cola ao ferimento e você terá que puxar aquilo de qualquer maneira?
Foi isso que Jesus fez! Pelo menos foi o mesmo desconforto. Jesus puxa o curativo grudado, ressecado e ainda hemorrágico da ferida da alma daqueles homens.
Os discípulos mostram duas reações, diz o teólogo Craig Evans, de decepção e de confusão.
Eles tinham esperanças errôneas e sentiram-se decepcionados pelos acontecimentos trágicos que haviam sucedidos.
Eles se esqueceram das promessas espirituais, das bênçãos infinitas de Deus através de Jesus. Eles não conseguiam ver uma restauração espiritual e sim política.


“Nós Esperávamos”.
A esperança se torna coisa do passado, a decepção mina a esperança, impede de ver a realidade e nos faz retroceder ao passado.

“Eles pararam entristecidos”.
A decepção traz estagnação, eles param, isso mostra que há uma paralisação emocional quando somos surpreendidos pela decepção.
Nossas vontades não coordenam a vontade de Deus, se temos motivações erradas para buscar a Deus estamos no caminho certeiro da decepção.
Temos que entender que nascemos para submetermos a Vontade de Deus.
Por isso andamos tristes, cabisbaixos e sem rumo, por não entender que “Tudo Coopera para o bem daqueles que amam a Deus...”. (Rom. 8:28)

Outra conseqüência da decepção é a falta de comunhão com o grupo, como relata o verso 13:

“Dois deles estavam de caminho para Emaús”.
Isso nos mostra o tamanho da decepção, pois estavam saindo de Jerusalém, para voltarem para os seus antigos afazeres, estavam dispersos, longe do grupo que seguia a Jesus, estavam longe da comunhão, perderam a esperança e a comunhão.
A decepção com Deus, com a igreja, com os irmãos e com o pastor, trás conseqüência como o desânimo, o retorno ao pecado e a falta de comunhão com os irmãos.
Os discípulos disseram que já era o terceiro dia, e nada havia mudado, a decepção era grandiosa e ainda doía.
Eu faço uma analise sobre cada um desses três dias, olha só:

Primeiro Dia: Dia do Choque.
Segundo dia: Dia da Esperança.
Terceiro dia: Dia da decepção e do desespero.

Pare para pensar:

Você passa por que dia? Você está em choque, com uma pontinha de esperança ou já caiu na decepção e no desespero?
Qualquer um que seja o seu dia, Jesus está se achegando a você nesta hora. Ele toca nas suas feridas, ele toca na sua decepção, ele quer mudar sua visão do mundo e das coisas, deixe Jesus mexer dentro de você.

3) Passamos pela Experiência do Caminho de Emaús por desconhecermos as Escrituras.
Vs. 27
“E, começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras”.

Nós conhecemos a Jesus e sabemos de sua Vontade e de seus mandamentos para nossas vidas pelas Escrituras.
Perguntamos: porque viver então no passado, fora da comunhão, decepcionados, desanimados e sem força para buscarmos a Deus?
A resposta é clara e vem do próprio Jesus: “Errais por desconhecer as escrituras e o poder de Deus”. (Mar. 12:24)
Paulo afirma a Timóteo em 3:16 que a Palavra de Deus é para o nosso ensino.
É na palavra que contém as grandes promessas de Deus para as nossas vidas. Por isso que temos que nos apegar aquilo que Jesus disse e ensinou e não àquilo que achamos ou pensamos.
Neste verso Jesus lança mão das Escrituras e discerne os acontecimentos, tudo que aconteceu e que estava acontecendo, tudo estava escrito, tudo era previsto.
As marcas do passado, o desânimo, a decepção, a falta de comunhão os impedia de ver o que a Escritura dizia.
Às vezes colocamos as nossas emoções na frente da Palavra de Deus, e isso só nos trará decepção, falta de comunhão, confusão, desanimo e desvio daquilo que Deus quer para nós.
Se não olhamos atentamente com discernimento da Palavra de Deus o que está acontecendo, ficaremos confusos e sem rumo, perderemos a confiança, estaremos sujeito a superstições, tristezas, decepções, desvios de caráter.
Deixamos de ver Jesus ao nosso lado, porque perdemos a visão da sua Palavra.

Pare para pensar:
Como está a sua vida com Deus e seu estudo da Palavra?
Você tem estado firme naquilo que é a Verdade insolúvel de Deus ou tem se deixado levar por ventos de doutrinas?
Tudo que aparece dizendo que é de Deus você recebe e pronto, ou você analisa pela Palavra?
Você tem se dedicado a ler, estudar, meditar?
Conclusão:

Chegamos ao fim do caminho de Emaús, foi um dia e uma noite de viagem cansativa, onde o sol escaldante das imagens do passado são refletidas na tela da nossa mente. Onde a dura e pedregosa estrada da decepção, do desanimo e da falta de comunhão não tem fim. Onde a noite da falta de embasamento Bíblico nos afeta a visão e nos deixa sem rumo.
Lembre-se de uma coisa, que é primordial, Ele está com você!
O Soberano Deus, através de sua graça se achega a você, mesmo sendo na sua Experiência do Caminho de Emaús.
Jesus dá o primeiro passo, ele toma a postura de ir se encontrar com você neste caminho tão doloroso, onde as suas feridas (Decepção, apego ao passado, desânimo, falta de comunhão, falta de conhecimento da Palavra) estão sangrando e Ele tem o remédio para curá-las.
Ele é a solução eficaz para todas as suas dores e feridas.
Lembre-se hoje é o terceiro dia de suas dores. Terceiro dia é dia de glória, dia em que podemos dizer: Ele venceu a morte, Ele é Deus, é dia de vitória.
Abra os seus olhos agora, esqueça o passado, lance fora às decepções e busque na Palavra o retorno deste caminho de Emaús.
Não deixe passar muito tempo. Há pessoas que esperam chegar a Emaús, para descobrir que Jesus estava presente por um dia e uma noite, e eles não viram, nem perceberam.
Lembre-se a solução está do seu lado, é só deixá-lo te abençoar e lhe reforçar os ânimos, saia desta estrada e venha para ao caminho que é Jesus.
Ele esta vivo ele ressuscitou tudo para lhe conceder uma nova oportunidade.



Elaboração Pastor Mauricio Lima.
Mauricio Lima, membro da igreja evangelica Assembleia de Deus ministerio do Belem, tem se dedicado ao ensino da palavra de Deus.
Formado em teologia pela FATAD, atua na área de libertação e clinica pastoral
Também atua como capelão pelo Instituto Gamaliel.





segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Simpósio de Mulheres AD Campinas




Postado por Pastor Mauricio Lima

luz da palavra de Deus:Unção com óleo





INTRODUÇÃO:

A unção na Bíblia pode ser vista de modo abrangente, tanto no sentido espiritual como no sentido prático da unção com óleo. Esta é prática bíblica de muita importância pelo seu sentido simbólico e espiritual. Tanto no AT como no NT encontramos respaldo para sua utilização, ainda que de modo diferenciado. Hoje, quando tantas inovações estão ocorrendo no meio evangélico, precisamos saber um pouco mais sobre esse procedimento recomendado pela Palavra de Deus.

CONCEITOS DE UNÇÃO
ETIMOLOGICAMENTE. Unção significa "Ato ou efeito de ungir". Ungir quer dizer: "Untar com óleo ou com ungüento"; "Aplicar óleos consagrados".

BÍBLICAMENTE. Unção vem do substantivo grego, chrisma; daí, vem o verbo chrío, ungir; e o adjetivo christós, que significa "ungido". No hebraico, o termo ungido é Messias, aplicado a Cristo. A unção, na Bíblia, pode ser entendida de modo espiritual e literal, com a aplicação do azeite ou óleo sobre alguém ou sobre algum objeto.

UNÇÃO ESPIRITUAL. É a capacitação dada por Deus a alguma pessoa, credenciando-a para cumprir uma missão específica, especial, dentro de propósitos divinos.

JESUS FOI UNGIDO. Jesus foi ungido pelo Espírito Santo, "para evangelizar os pobres", "curar os quebrantados do coração, apregoar liberdade aos cativos...a por em liberdade os oprimidos" (Lc 4.18). Ele foi ungido "com óleo de alegria" (Hb 1.9). (Ver Is 61.1; At 10.38; 1 Cr 16.22).

OS APÓSTOLOS FORAM UNGIDOS. Pedro era ungido de tal modo que as pessoas colocavam os doentes sob sua sombra para que fossem curados (At 5.15,16). De Paulo, levavam-se "lenços e aventais" e "as enfermidades fugiam deles" (At 19.11,12).

OS CRENTES FIÉIS SÃO UNGIDOS. "Mas o que nos confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu é Deus, o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações" (2 Co 1.21, 22).

UNÇÃO COM ÓLEO: É o ato de derramar óleo sobre alguém ou sobre algum objeto, com o sentido de torná-lo consagrado a Deus, ou 2de buscar a cura divina sobre o enfermo.

A UNÇÃO COM ÓLEO NO ANTIGO TESTAMENTO.
O ÓLEO DA UNÇÃO.
SUA COMPOSIÇÃO. Era composto de "principais especiarias": mirra, canela aromática, cálamo aromático, cássia e azeite de oliveiras. (Ver Ex 30.22-25). Era o "azeite da santa unção".

SUA FINALIDADE.
A UNÇÃO DOS OBJETOS SAGRADOS. (Ex 30.26-29; 40.9-11).
O ato de ungir os objetos com o "azeite da santa unção" dava-lhe um caráter sagrado. Não podiam se utilizados para outras finalidades. Belsazar foi castigado por ter feito uso dos vasos sagrados do templo do Senhor (Ver Dn 5.2-5; 23). Hoje, os lugares de culto nem sempre são respeitados.

A UNÇÃO DOS SACERDOTES. (Ex 30.30; 29.7; Lv 8.12).
Os sacerdotes, após ungidos, eram considerados santos, devendo dedicar-se ao serviço do Senhor. Hoje, no Cristianismo, todos somos sacerdotes reais (1 Pe 2.9), pela unção espiritual.

A UNÇÃO DOS REIS.
O azeite era derramado sobre eles, na consagração para o cargo, como servo de Deus. Saul ( 1 Sm 10.1); Davi (1 Sm 16.13; 2 Sm 2.4; 11.7). Jeú (2 Rs 9.1,3). Salomão (1 Rs 1.39); 2 Rs 11.12; 2 Cr 23.11.

A UNÇÃO DOS PROFETAS. Elias ungiu Eliseu (1 Rs 19.16).

SUA EXCLUSIVIDADE.
Era santo, com utilização definida (Ex 30.31-33). Muitos que são ungidos para o ministério têm saído do seu lugar, misturando-se com o mundo, a política iníqua e outras coisas que não agradam a Deus.

A UNÇÃO NO NOVO TESTAMENTO
1. A UNÇÃO NO SENTIDO ESPIRITUAL.
No NT, a palavra unção (do gr. chrisma) só ocorre três vezes (Ver 1 Jo 2.20,27). O verbo ungir (chrío) aparece cinco vezes (Lc 4.18; At. 4.27; 20.38; 2 Co 1.21; Hb 1.9). Já o adjetivo christós (Cristo) ocorre mais de 500 vezes, em diversas referências, como em Mt 1.1 e Ap 22.21.

A UNÇÃO COM ÓLEO.
Literalmente, ocorrem duas passagem relativas à unção com óleo: Em Mc 6.13 e Tg 5.14. 1. A UNÇÃO DOS ENFERMOS.

OS DISCÍPULOS UNGIAM (Mc 6.13). É a única referência nos evangelhos sobre esse trabalho dos discípulos. Certamente, era algo muito comum, embora as curas feitas por Jesus não utilizavam o óleo como elemento auxiliar.

A UNÇÃO PELOS PRESBÍTEROS. (Tg 5.14). Tiago ensina como agir, quando um crente está doente, orientando que os presbíteros sejam chamados para orarem por ele, ungindo com óleo, em nome de Jesus. 2. NO PREPARO PARA A SEPULTURA (Mc 14.8; Lc 23.56). Era um costume oriental. Ao que parece para retardar a decomposição do corpo.


A UNÇÃO COM ÓLEO, HOJE.
QUEM PODE UNGIR.
OS MINISTROS DO EVANGELHO. Pastores e evangelistas podem ungir, pois sua missão é abrangente. (Ver 1 Pe 5.1,2a).

OS PRESBÍTEROS DA IGREJA (Tg 5.14). São os membros do ministério indicados para realizar a unção com óleo, pois são citados explicitamente como credenciados para tal finalidade. Mas não é exclusividade deles.


É ELEMENTO ÚTIL À ORAÇÃO DA FÉ (Tg 5.14). Não é o azeite que cura, mas a fé no Nome de Jesus, da parte dos que oram e da parte do enfermo. A Igreja Católica tem o sacramento da "extrema unção" aos moribundos, com o sentido de conferir-lhes graça na hora da morte. Isso não tem respaldo bíblico.

QUE PARTES DO CORPO PODEM SER UNGIDAS.
Normalmente, deve-se ungir a cabeça do doente. No AT, sempre a unção era sobre a cabeça. Ver Sl 23.5; 133.2.

A unção espiritual deve fazer parte da vida dos crentes pois a bíblia nos mostra que todo aquele que serve a cristo recebe uma unção especifica em sua vida . A oração pelos enfermos deve ser prática comum em todas as igrejas cristãs, se possível, em todas os cultos. Sempre há pessoas necessitadas de receber a oração da fé, com o recurso da unção com óleo. Esta deve ser feita não apenas como mero ritual, mas como um gesto de fé no poder do Nome de Jesus, nos lembrando sempre que a busca deve ser da graça de Deus em nossas vidas,agindo sempre com respeito e obediência para com aqueles que estão no ministério.

De forma alguma devemos colocar a unção com óleo acima da graça curadora e salvadora de Cristo.
muitos, infelizmente tem se aproveitado de cultos temáticos de unção com óleo, com isso muitos fiéis tem deixado de aprender a verdadeira doutrina de cristo.

É ELEMENTO ÚTIL À ORAÇÃO DA FÉ (Tg 5.14). Não é o azeite que cura, mas a fé no Nome de Jesus!!!!


Vamos nos atentar e aprender mais de Cristo.

Elaboração; Pastor Mauricio Lima





domingo, 4 de agosto de 2013

Programa dos gideões missionários ao vivo!!

Você que gosto do melhor do louvor e pregação do evangelho de Cristo, trazemos para o querido seguidor deste blog, a partir de hoje o link exclusivo dos Gideões missionários de Comburiu.












Elaboração e divulgação Pastor Mauricio Lima

Aonde estão os louvores que realmente falam de Deus e sua Glória??


Louvores inesquecíveis

Estamos vivendo uma época um tanto escarça daqueles verdadeiros louvores que falavam tanto da volta de Cristo,ontem no culto de santa ceia estavam dois irmãos convidados pelo dirigente local, para louvar no culto,e lhe foram dada a oportunidade para cantar,
o primeiro irmão(não nos convêm citar nomes por ética)entoou com um hino que a muito não escutava, de Ozéis de Paula, ("talvez acho eu por estar fora de moda",coisa esta que não acredito pois os verdadeiro louvor a Deus não esta preso a moda,)logo depois o outro irmão louvou a Deus com um outro clássico,este de Vitorino Silva,com exceção desta noite,
onde estão os verdadeiros hinos sacros que outrora nos levava diante do trono da graça e nos alegravam tanto o espirito a ponto de muitos irmão receberem o batismo pelo espirito santo.

Quero e desejo entender oque esta a acontecer com nossos cultos,não quero através deste trazes dissenção ou preconceito, de espécie alguma,pois gosto musical não se discute, mas quando falamos de adoração a Deus, o louvor deve exceder quaisquer essência, deve existir a Doxologia. Quando ainda em minha juventude(não que eu seja tão velho assim)lembro-me de cantar na mocidade ou grupo de jovens e cantávamos com tanto afinco e animo aqueles louvores que realmente falavam ao coração tanto nosso como daqueles que nos ouviam.Cadê a unção no cantar? A terminologia bíblica define assim: O louvor é uma oferta espiritual. A Bíblia diz em Hebreus 13:15 “Por ele, pois, ofereçamos sempre a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.”

Há poder no Louvor

"Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam."
(Atos 16:25) entendemos assim que o verdadeiro louvor tem poder para libertar.


Até entendemos que os louvores não tem por obrigação o dever de ter base teológica, mas acreditamos na inspiração divina a qual sem ela tudo que é feito é feito sem efeito.Confesso que tenho um gosto musical bem eclético,mas sei oque devo ouvir na casa do Senhor e sei também oque não cabe dentro da igreja.
A você que gosta dos grandes clássicos musicais gospel meus parabéns e a você que ouve qualquer coisa, cuidado pois isto pode estar lhe prejudicando, Examinai tudo. Retende o bem.I Ts. 5:21


Fica aquele saudosismos em nosso coração, dos louvores mais antigos como por exemplo, Grupo Logos, Prisma, Feliciano Amaral, Luiz de Carvalho e tantos outros que fizeram parte crucial de nossa conversão a Cristo, hinos que ouvíamos nas poucas ou porque não falarmos raras rádios evangélicas, para quem tinha o radio de 5 faixas podia se dar ao luxo de ouvir a Radio Marumby da novas de paz http://radioevangelismo.com/marumbytv.htm

Ja no meu caso havia a radio liberal da Adventista, e a radio nova Sumaré que podíamos ouvir algumas programações na noite da sábado.



Elaboração Pastor Mauricio Lima

sábado, 3 de agosto de 2013

Pastor Silas Malafaia em debate polêmico com ateu no Na Moral, da Globo; Assista na íntegra




O programa Na Moral, exibido ontem, com a participação do pastor Silas Malafaia e representantes de outras religiões, além de um ateu, promoveu uma discussão sobre o Estado laico bastante tensa.

O pastor Malafaia protagonizou embates fortes com Daniel Sottomaior, presidente da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA). Logo na introdução ao tema, Sottomaior falou a respeito de “banhos de sangue” causados pela religião ao longo dos anos, e disse que a separação do Estado e da religião se iniciou na Revolução Francesa. Em resposta, Malafaia afirmou que os regimes políticos que optaram pela exclusão total da fé na sociedade, a exemplo da União Soviética e países asiáticos, é que protagonizaram alguns dos maiores genocídios da história da humanidade.

A discussão acalorada e provocativa entre ambas as partes se seguiu ao longo de todo o programa. Sottomaior afirmou que a Igreja Católica tinha ligação direta e patrocinava a escravidão no Brasil séculos atrás, fato que foi negado pelo representante católico, padre Jorjão, que frisou que o cristianismo funciona como uma ferramenta de ética para o Estado laico.

Malafaia seguiu no tema dizendo que “o Estado é laico, mas o povo não é laicista. O povo tem religião, e todos nós, defendemos nossas ideologias baseados em crenças e valores que temos, sejam elas filosóficas, de qualquer ideologia, ou religiosas”.

O ministro Ayres Britto, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmou que o faz do Brasil um Estado laico é ser “religiosamente leigo”: “O Estado não pode patrocinar, não pode favorecer, nenhuma seita, nenhuma confissão, nenhum culto religioso, embora ele assegure proteção aos crentes”.

Bullying

O caso do estudante Ciel Vieira, que foi hostilizado por sua professora e demais colegas de classe por ser ateu, foi usado como ilustração de intolerância aos ateus. Comentando o caso, o pastor Silas Malafaia afirmou que há insensatez em todos os lugares.

“Sabe o que é amigo… Em todo segmento da sociedade tem vagabundo, ladrão, safado, maluco… Em tudo o que é lugar, inclusive na igreja evangélica, no meio dos ateus, na Igreja Católica… Isso são os absurdos. Nós não somos a favor.”, minimizou.

Crescimento evangélico

Pedro Bial questionou ao padre Jorjão o que estaria havendo com a Igreja Católica, que tem perdido fiéis para os segmentos evangélicos. O padre, bem humorado, disse que muitos fiéis estão buscando “outras religiões” ao invés de afirmarem ser católicos não praticantes. “Então, melhor que sejam bons cristãos do que mal católicos”, afirmou. O pastor Silas Malafaia reagiu com um sorriso à resposta do padre.

Enriquecimento dos pastores

Bial destacou que há previsões de que até 2020, as igrejas evangélicas agreguem a maioria da população brasileira. Dentro da discussão sobre o crescimento numérico do segmento, o representante ateu afirmou que a teologia da prosperidade funciona como um comércio, e o resultado disso seria o enriquecimento dos líderes evangélicos.

Nesse momento, a irritação de Malafaia ficou evidente, e a resposta do pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) foi em tom de alteração.

“Você sabe que o preconceito é uma coisa interessante… As pessoas não conhecem a vida das pessoas que estão na igreja, e ficam dando peruada e falando asneira, como eu acabei de ouvir aqui, que o Evangelho tá vendendo alguma coisa. Então quer dizer que todo evangélico é rico? Porque se a gente vendeu riqueza e já tem 30, 40 anos vendendo riqueza, então tem um bando de otários que continuam lá… Conversa, rapaz… O Evangelho muda a vida da pessoa pra melhor. Prosperidade na Bíblia não tem a ver só com grana não. Tem a ver com bem estar, felicidade”, retrucou o pastor.


Assista:









Elaboração Pastor Mauricio Lima

Fonte Tiago Chagas do Gospel+

O LIVRO DOS MÁRTIRES -História dos mártires cristãos até a primeira perseguição geral sob Nero











Queridos leitores deste blog, sabemos que é de conhecimento comum, os assunto concernentes sobre a perseguição da igreja primitiva e de nossos antecessores, por este motivo extraímos um trecho do livro dos mártires, para sua meditação, caso tenha interesse na obra completa entre em contacto com nosso departamento de postagem, estaremos enviando para você a obra completa deste maravilhoso livro.(copia em PDF), Deus em Cristo vos abençoe.

Primeira edição, escrita por Fox no século XVI,
e ampliação de William Byron Forbush no século XIX.





SOBRE O AUTOR


John Fox (ou Foxe) nasceu em Boston, no condado de Lincolnshire (Inglaterra) em 1517, onde se diz que seus pais viviam em circunstâncias respeitáveis. Ficou órfão de pai numa idade precoce, e apesar de que sua mãe logo voltou casar, permaneceu sob teto paterno. Por sua precoce exibição de talento e disposição para o estudo, seus amigos sentiram-se impelidos a enviá-lo a Oxford, para cultivá-lo e levá-lo à maturidade.
Durante sua residência em Oxford, se distinguiu pela excelência e agudeza de seu intelecto, que melhorou com a emulação de seus companheiros de estudos, junto com um zelo e atividade incansáveis. Estas qualidades cedo lhe ganharam a admiração de todos, e como recompensa pelos seus esforços e conduta gentil foi escolhido "Companheiro" do Magdalen College, o que era considerado como uma grande honra na universidade, e que poucas vezes era concedido: só em casos de grande distinção. A primeira exibição de seu gênio foi na poesia, e compus algumas comedias latinas, que ainda existem. Mas logo dirigiu sua atenção a uma questão mais séria, o estudo das Sagradas Escrituras: e a verdade é a que se aplicou à teologia com mais fervor que prudência, e descobriu sua parcialidade para a Reforma, que então tinha começado, antes de conhecer os que a apoiavam, ou os que a tinham protegido. E esta circunstância veio a ser a origem de seus primeiros problemas.
Diz-se que afirmou em muitas ocasiões o que primeiro que o levou a seu exame da doutrina papista foi que viu diversas coisas muito contraditórias entre si impostas sobre os homens ao mesmo tempo; por esta razão sua resolução e esforço de obediência à Igreja sofreram uma certa sacudida, e gradativamente se estabeleceu um desagrado para o resto.
Seu primeiro cuidado foi pesquisar a história antiga e a moderna da Igreja; determinar sua origem e progresso; considerar as causas de todas aquelas controvérsias que tinham surgido no intervalo, e sopesar diligentemente seus efeitos, solidez, fraqueza, etc.
Antes de chegar aos trinta anos tinha estudado os pais gregos e latinos, e outros autores eruditos, as transações dos Concílios e os decretos dos consistórios, e tinha adquirido um conhecimento muito competente da língua hebraica. A estas atividades dedicava freqüentemente uma parte considerável da noite, ou até a noite inteira; e a fim de relaxar sua mente depois de um estudo tão incessante, acudia a um bosque perto do colégio, lugar muito freqüentado pelos estudantes no final da tarde, devido a sua recôndita escuridão. Nestes passeios solitários freqüentemente o ouviam emitir profundos soluços e suspiros, e com lágrimas derramar suas orações a Deus. Estes retiros noturnos, posteriormente, deram origem às primeiras suspeitas de seu afastamento da Igreja de Roma. Pressionado para dar uma explicação de sua conduta, rejeitou inventar desculpas: expôs suas opiniões e assim, por sentença do colégio, foi declarado convicto, condenado como herege e expulso.
Seus amigos, ao conhecerem o fato, sentiram-se profundamente ofendidos, e lhe ofereceram, quando tinha assim rejeitado os seus, um refúgio em casa de Sir Tomás Lucy, de Warwickshim, aonde foi chamado como preceptor de seus filhos. A casa está perto de Stmatford-on-Avon, e foi este lugar que, poucos anos depois, foi cena das tradicionais expedições de pesca clandestina do menino Shakespeare. Fox morreu quando Shakespeare tinha três anos.
Posteriormente, Fox se casou na casa de Sir Lucy. Mas o temor dos inquisidores papistas os fez fugir rápido dali, porquanto não se contentavam com castigar delitos públicos, mas começavam também a meter-se nos segredos particulares de famílias. Começou a considerar o que devia fazer para livrar-se de maiores inconvenientes, e resolveu dirigir-se à casa de seu sogro.
O pai de sua mulher era cidadão de Coventry, e suas simpatias não estavam contra ele, e era provável que o pudesse persuadir, por causa de sua filha. Resolveu primeiro ir à casa dele, mas antes, mediante cartas, ver se seu sogro o receberia ou não. Assim fez, e como resposta recebeu a seguinte mensagem: "Que parecia-lhe difícil aceitar em sua casa alguém que sabia que era culpável e que estava condenado por um delito capital; e que tampouco ignorava o risco em que incorreria ao aceitá-lo; não obstante, agiria como parente, e relevaria seu próprio perigo. Se mudasse de idéia, podia acudir, sob a condição de que ficaria tanto tempo como desejar; mas se não podia persuadir-se, que devia contentar-se com uma estadia mais breve, e não pôr em perigo nem a ele nem a sua mãe".
Não se devia rejeitar nenhuma condição; além disso, foi secretamente aconselhado por sua sogra a acudir, e para não temer a severidade de seu sogro, "porque talvez era necessário escrever como o fazia, mas se se der a ocasião, compensaria suas palavras com ações". De fato, foi melhor recebido por ambos do que havia esperado.
Deste modo se manteve oculto durante um certo tempo, e depois empreendeu viagem a Londres, durante a última parte do reinado de Henrique VIII. Sendo desconhecido na capital, encontrou-se frente a muitas dificuldades, e até ficou reduzido ao perigo de morrer de fome, se a Providência não se tivesse interposto em seu favor da seguinte forma:
Um dia, estando Fox sentado na Igreja de São Paulo, esgotado após longo jejum, um estranho sentou-se a seu lado e o cumprimentou cortesmente, colocando uma soma de dinheiro em sua mão e exortando-o a recuperar o bom ânimo. Ao mesmo tempo o informou que depois de poucos dias se abririam a ele novas expectativas para seu futuro mantimento. Nunca pôde saber quem era o estranho, mas depois de três dias recebeu um convite da Duquesa de Richmond para encarregar-se da educação dos filhos do Conde de Surrey, que estava encarcerado na Torre, junto com seu pai, o Duque de Norfolk, pelos ciúmes e a ingratidão do rei. Os filhos assim confiados a seu cuidado foram Tomás, que sucedeu no ducado; Henry, depois Conde de Northampton; e Jane, que chegou a ser Duquesa de Westmoreland. E no cumprimento destes deveres deu plena satisfação à duquesa, a tia dos meninos.
Estes dias de calma prosseguiram durante a última parte do reinado de Henrique VIII e os cinco anos do reinado de Eduardo VI, até que Maria herdou a coroa, e, pouco depois de sua chegada, deu todo o poder aos papistas.
Por esse tempo Fox, que ainda estava sob a proteção de seu nobre pupilo, o duque, começou a suscitar a inveja e o ódio de muitos, particularmente do doutor Gardiner, que era então Bispo de Winchester, e que posteriormente chegou a ser seu maior inimigo.
Fox percebeu isto, e vendo que começava uma terrível perseguição, começou a pensar em abandonar o reino. Tão pronto como o duque conheceu suas intenções, tentou de persuadi-lo para permanecer ali, e seus argumentos foram tão poderosos e expressados com tanta sinceridade que abandonou o pensamento de deixar seu asilo por enquanto.
Naquele tempo o Bispo de Winchester tinha uma grande amizade com o duque (tendo sido pelo apoio de sua família que havia negado a dignidade da qual então gozava), e freqüentemente o visitava para apresentar seu serviço, quando pediu várias vezes poder ver seu antigo tutor. No princípio o duque negou a sua petição, alegando numa ocasião sua ausência e outra vez, indisposição. No final aconteceu que Fox, não sabendo que o bispo estava em casa, entrou na sala em que o duque e o bispo estavam conversando; porém, ao ver o bispo, retirou-se. Gardiner perguntou de quem se tratava, respondendo o duque que era "seu médico, que era algo rude, sendo recém chegado da universidade". "Gostei de sua cara e de seu aspecto", respondeu o bispo, "e quando tiver ocasião o farei chamar". O duque entendeu estas palavras como presságio de um perigo iminente, e considerou que era hora de que Fox abandonasse a cidade, e inclusive o país. Assim, fez preparar tudo o necessário para sua fuga em secreto, enviando um de seus servos a Ipswich para alugar uma nave e fazer todos os preparativos para a partida. Também arranjou a casa de um de seus servos, um granjeiro, para alojamento até que o vento fosse favorável. Tudo disposto, Fox despediu-se de seu nobre protetor, e com sua mulher, que então estava grávida, partiu em segredo rumo à nave.
Apenas se tinham alçado a vela quando sobreveio uma violenta tempestade, que durou todo o dia e toda a noite, e que no dia seguinte os empurrou de volta para o mesmo porto de onde tinham partido. Durante o tempo em que a nave esteve no mar, um oficial, enviado pelo bispo de Winchester, tinha irrompido na casa do camponês com uma ordem de arresto contra Fox ali onde estivesse, para devolvê-lo à cidade. Ao saber das notícias, o granjeiro alugou um cavalo, sob a aparência de partir de imediato da cidade; porém voltou secretamente aquela mesma noite, e fez acordo com o capitão da nave que zarpasse rumo a qualquer lugar assim que o vento mudasse, somente desejando que saíssem, sem duvidar que Deus prosperaria sua empresa. O marinheiro aceitou, e depois de dois dias seus passageiros desciam em terra, sãos e salvos, em Nieuport.
Depois de passar uns poucos dias naquele lugar, Fox empreendeu viagem rumo a Basiléia, onde encontrou um grupo de refugiados ingleses que tinham abandonado seu país para evitar a crueldade dos perseguidores, e se associou a eles e começou a escrever sua "História dos Atos e Monumentos da Igreja", que foi publicada primeiro em latim em Basiléia, em 1554, e em inglês em 1563.
Durante aquele intervalo, a religião reformada voltou a florescer na Inglaterra, e a decair muito a facção papista após a morte da Rainha Maria. Isto induziu a maioria dos exilados protestantes a voltar ao seu país natal.
Entre outros, ao aceder Elisabete no trono, também voltou Fox. Ao chegar, achou em seu anterior pupilo, o Duque de Norfolk, um fiel e ativo amigo, até que a morte o privou de seu benfeitor. Depois deste acontecimento, Fox herdou uma pensão que o duque havia-lhe legado, e que foi ratificada por seu filho, o Conde de Suffolk.
E não se deteve aqui o bom sucesso de Fox. Ao ser recomendado à rainha pelo seu secretário de estado, o grande Cecil, sua majestade o nomeou assessor de Shipton, na catedral de Sallsbury, o qual foi de certo modo obrigado a aceitar, porque foi muito difícil de ser convencido a isso.
A voltar a instalar-se na Inglaterra, dedicou-se a revisar e ampliar seu admirável Martirológio. Com um cuidado prodigioso e um estudo constante terminou a sua célebre obra em onze anos. tratando de alcançar uma maior correção, escreveu cada linha deste extenso livro por si mesmo, e transcreveu sozinho todos os registros e documentos. Porém, como conseqüência de um trabalho tão fervoroso, ao não deixar parte de seu tempo livre de estudo e não se permitir nem o mínimo recreio que a natureza reclama, sua saúde ficou tão reduzida, e tão consumido e alterado, que aqueles amigos e parentes seus que só o viam de tanto em tanto mal podiam reconhecê-lo. mas, embora cada dia se esgotava mais, prosseguiu com seus estudos com tanta diligência como costumava, e ninguém pôde persuadi-lo a reduzir o ritmo de seus trabalhos. Os papistas, prevendo o prejudicial que seria para a causa deles aquela história de seus erros e crueldades, recorreram a todas as artimanhas para rebaixar a reputação de sua obra; porém sua malícia acabou sendo favorável tanto para o próprio Fox como para a Igreja de Deus em geral, porquanto fez com que o livro fosse intrinsecamente mais valioso, ao induzir a sopesar, com a mais escrupulosa atenção, a certeza dos fatos que registrava, e a validade das autoridades das que obtinha sua informação.
Mas em quanto se achava assim infatigavelmente dedicado a impulsionar a causa da verdade, não descuidou por isso os outros deveres de sua posição; era caridoso, compassivo e solícito ante as necessidades tanto espirituais como temporais de seus próximos. Visando ser útil de modo mais extensivo, embora não tinha desejos de cultivar a amizade dos ricos e dos poderosos a seu próprio favor, não declinou a amizade daqueles que a ofereciam desde as mais elevadas posições e nunca deixou de empregar sua influência entre eles em favor dos pobres necessitados. Como conseqüência de sua probidade e caridade bem conhecidas, foram freqüentemente entregues somas de dinheiro por parte de pessoas ricas, dinheiro que aceitava e distribuía entre os que padeciam necessidades. Também acudia ocasionalmente à mesa de seus amigos, não tanto em busca de prazer como por cortesia, e para convencê-los de que sua ausência não era ocasionada por temor a expor-se às tentações do desejo. Em resumo: seu caráter como homem e como cristão era irrepreensível.
Embora as recentes lembranças das perseguições sob Maria a Sanguinária agregaram amargor a sua pluma, é de destacar que ele era pessoalmente o mais conciliador dos homens, e embora rejeitasse de coração a Igreja de Roma na qual tinha nascido, foi um dos primeiros em tentar a concórdia dos irmãos protestantes. De fato, foi um verdadeiro apóstolo da tolerância.
Quando a peste açoitou a Inglaterra em 1563, e muitos abandonaram seus deveres, Fox permaneceu em seu posto, ajudando os desvalidos e agindo como "portador- de esmolas" dos ricos. Se disse dele que jamais pôde refutar ajuda a ninguém que o pedir em nome de Cristo. Tolerante e com um grande coração, exerceu sua influência perto da Rainha Elisabete para confirmá-la em sua intenção de manter a cruel prática de dar morte aos que mantiverem suas convicções religiosas contrárias. A rainha tinha-lhe em grande respeito, e se referia a ele como "Nosso Pai Fox".
Fox teve gozo nos frutos de sua obra enquanto ainda vivia. Seu livro viu quatro grandes edições antes de sua morte, e os bispos deram ordem de que fosse colocado em cada igreja catedral da Inglaterra, onde amiúde estava acorrentado, como a mesma Bíblia naqueles tempos, num tripé, ao qual tinha acesso o povo.
No final, tendo brindado longo serviço tanto à Igreja como ao mundo mediante seu ministério por meio de sua pluma, e pelo brilho impecável de uma vida benevolente, útil e santa, entregou humildemente sua alma a Cristo, em 18 de abril de 1587, aos setenta anos de idade. Foi sepultado no presbitério de St. Giles, em Cripplegate, paróquia na qual tinha sido vicário durante certo tempo, no começo do reinado da rainha Elisabete.

CAPÍTULO 1: História dos mártires cristãos até a primeira perseguição geral sob Nero


Cristo, nosso Salvador, no Evangelho de são Mateus, ouvindo a confissão de Simão Pedro, o qual, antes que todos os outros, reconheceu abertamente que Ele era o Filho de Deus, e percebendo a mão providencial de seu Pai nisso, o chamou (aludindo a seu nome) de "rocha", rocha sobre a qual edificaria Sua Igreja com tal força que as portas do inferno não prevaleceriam contra ela. E com estas palavras se devem observar três coisas: primeiro, que Cristo teria uma igreja neste mundo. segundo, que a mesma Igreja sofreria uma intensa oposição, não só por parte do mundo, senão também com todas as forças e poder do inferno inteiro. E em terceiro lugar que esta mesma Igreja, apesar de todo o poder e maldade do diabo, se manteria.
Vemos esta profecia de Cristo verificada de modo maravilhoso, por quanto todo o curso da Igreja até o dia de hoje não parece mais que um cumprimento desta profecia. primeiro, o fato de que Cristo tenha estabelecido uma Igreja, não necessita demonstração. Segundo, com que força se opuseram contra a Igreja príncipes, reis, monarcas, governadores e autoridades deste mundo! E, em terceiro lugar, como a Igreja, apesar de tudo, tem suportado e retido o que lhe pertencia! É maravilhoso observar que tormentas e tempestades ela tem vencido. E para uma mais evidente exposição disto tenho preparado esta história, com o fim, primeiro de que as maravilhosas obras de Deus em sua Igreja redundem para Sua Glória; e também para que ao expor-se a continuação e história da Igreja, possa redundar em maior conhecimento e experiência para proveito do leitor e para a edificação da fé cristã.
Como não é nosso propósito entrar na história de nosso Salvador, nem antes nem depois de Sua crucifixão, só será necessário lembrar aos nossos leitores o desconcerto dos judeus pela Sua posterior ressurreição. Ainda que um apóstolo o havia traído; embora outro o tinha negado, sob a solene sanção de um juramento, e ainda que o resto tinha-o abandonado, a exceção daquele "discípulo que era conhecido do sumo sacerdote", a história de sua ressurreição deu uma nova direção a todos seus corações e, depois da missão do Espírito Santo, transmitiu uma nova confiança em suas mentes. Os poderes de que foram investidos lhes deram confiança para proclamar Seu nome, para confusão dos governantes judeus, e por assombro dos prosélitos gentios.

1. ESTEVÃO
Santo Estevão foi o seguinte a padecer. Sua morte foi ocasionada pela fidelidade com a que predicou o Evangelho aos entregadores e matadores de Cristo. Foram excitados eles a tal grau de fúria, que o expulsaram fora da cidade, apedrejando-o até matá-lo. a época em que sofreu supõe-se geralmente como a Páscoa posterior à da crucifixão de nosso Senhor, e na época de Sua ascensão, na seguinte primavera.
A continuação suscitou-se uma grande perseguição contra todos os que professavam a crença em Cristo como Messias, ou como profeta. São Lucas nos diz de imediato que "fez-se naquele dia uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém", e que "todos foram dispersos pelas terras da Judéia e de Samaria, exceto os apóstolos" (Atos 8:1, ACF).
Em volta de dois mil cristãos, incluindo Nicanor, um dos sete diáconos, padeceram o martírio durante a "tribulação suscitada por causa de Estevão" (Atos 11:9, PJFA).

2. TIAGO O MAIOR
O seguinte mártir que encontramos no relato segundo Lucas, na História dos Atos dos Apóstolos, é Tiago, filho de Zebedeu, irmão mais velho de João e parente de nosso Senhor, porque sua mãe Salome era prima irmã da Virgem Maria. Não foi até dez anos depois da morte de Estevão que teve lugar este segundo martírio. Aconteceu que tão pronto como Herodes Agripa foi designado governador da Judéia que, com o propósito de congraçar-se com os judeus, suscitou uma intensa perseguição contra os cristãos, decidindo dar um golpe eficaz, e lançando-se contra seus dirigentes. Não se deveria passar por alto o relato que dá um eminente escritor primitivo, Clemente de Alexandria. Nos diz que quando Tiago estava sendo conduzido ao lugar de seu martírio, seu acusador foi levado ao arrependimento, caindo a seus pés para pedi-lhe perdão, professando-se cristão e decidindo que Tiago não receberia sozinho a coroa do martírio. Por isso, ambos foram decapitados juntos. Assim recebeu, resoluto e bem disposto, o primeiro mártir apostólico aquele cálice que ele tinha dito ao Salvador que estava disposto a beber. Timão e Parmenas sofreram o martírio por volta daquela época; o primeiro em Filipos, e o segundo na Macedônia. Estes acontecimentos tiveram lugar no 44 d.C.

3. FELIPE
Nasceu em Betsaida da Galiléia, e foi chamado primeiro pelo nome de "discípulo". Trabalhou diligentemente na Ásia Superior, e sofreu o martírio em Heliópolis, na Frigia. Foi acoitado, encarcerado e depois crucificado, no 54 d.C.

4. MATEUS
Sua profissão era arrecadador de impostos, e tinha nascido em Nazaré. Escreveu seu evangelho em hebraico, que foi depois traduzido ao grego por Tiago o Menor. Os cenários de seus trabalhos foram Partia e a Etiópia, país no que sofreu o martírio, sendo morto com uma lança na cidade de Nadaba no ano 60 d.C.

5. TIAGO O MENOR
Alguns supõem que se tratava do irmão de nosso Senhor por parte de uma anterior mulher de José. Isto resulta muito duvidoso, e concorda demasiado com a superstição católica de que Maria jamais teve outros filhos além de nosso Salvador. Foi escolhido para supervisar as igrejas de Jerusalém, e foi o autor da Epístola ligada a Tiago. A idade de noventa e nove anos foi espancado e apedrejado pelos judeus, e finalmente abriram-lhe o crânio com um cacetete.

6. MATIAS
Dele se sabe menos que da maioria dos discípulos; foi escolhido para encher a vaga deixada por Judas. Foi apedrejado em Jerusalém e depois decapitado.

7. ANDRÉ
Irmão de Pedro, predicou o evangelho a muitas nações da Ásia; mas ao chegar a Edessa foi apreendido e crucificado numa cruz cujos extremos foram fixados transversalmente no chão Daí a origem do termo de Cruz de Santo André.

8. MARCOS
Nasceu de pais judeus da tribo de Levi. Supõe-se que foi convertido ao cristianismo por Pedro, a quem serviu como amanuense, e sob cujo cuidado escreveu seu Evangelho em grego. Marcos foi arrastado e despedaçado pelo populacho de Alexandria, em grande solenidade de seu ídolo Serapis, acabando sua vida em suas implacáveis mãos.

9. PEDRO
Entre muitos outros santos, o bem-aventurado apóstolo Pedro foi condenado a morte e crucificado, como alguns escrevem, em Roma; embora outros, e não sem boas razões, tenham dúvidas a esse respeito. Hegéssipo diz que Nero buscou razões contra Pedro para dá-lhe morte; e que quando o povo percebeu, rogaram-lhe insistentemente que fugisse da cidade. Pedro, ante a insistência deles, foi finalmente persuadido e se dispus a fugir. Porém, chegando até a porta viu o Senhor Cristo acudindo a ele e, adorando-o, lhe disse: "Senhor, aonde vãs?" ao que ele respondeu: "A ser de novo crucificado". Com isto, Pedro, percebendo que se referia a seu próprio sofrimento, voltou à cidade. Jerônimo diz que foi crucificado cabeça para abaixo, com os pés para cima, a petição dele, porque era, disse, indigno de ser crucificado da mesma forma que seu Senhor.

10. PAULO
Também o apóstolo Paulo, que antes se chamava Saulo, após seu enorme trabalho e obra indescritível para promover o Evangelho de Cristo, sofreu também sob esta primeira perseguição sob Nero. Diz Obadias que quando se dispus sua execução, Nero enviou dois de seus cavaleiros, Ferega e Partémio, para que lhe dessem a notícia de que ia ser morto. Ao chegarem a Paulo, que estava instruindo o povo, pediram-lhe que orasse por eles, para que eles acreditassem. Ele disse-lhe que em breve acreditariam e seriam batizados diante de seu sepulcro. Feito isso, os soldados chegaram e o tiraram da cidade para o lugar das execuções, onde, depois de ter orado, deu seu pescoço à espada.

11. JUDAS
Irmão de Tiago, era comumente chamado Tadeu. Foi crucificado em Edessa o 72 d.C.

12. BARTOLOMEU
Predicou em vários países, e tendo traduzido o Evangelho de Mateus na linguajem da Índia, o propalou naquele país. Finalmente foi cruelmente açoitado e logo crucificado pelos agitados idólatras.

13. TOMÉ
Chamado Dídimo, predicou o Evangelho em Partia e na Índia, onde por ter provocado a fúria dos sacerdotes pagãos, foi martirizado, sendo atravessado com uma lança.

14. LUCAS
O evangelista foi autor do Evangelho que leva seu nome. Viajou com Paulo por vários países, e se supõe que foi pendurado de uma oliveira pelos idólatras sacerdotes da Grécia.

15. SIMÃO
Apelidado de zelote, predicou o Evangelho na Mauritânia, África, inclusive na Grã Bretanha, país no qual foi crucificado em 74 d.C.

16. JOÃO
O "discípulo amado" era irmão de Tiago o Maior. As igrejas de Esmirna, Sardes, Pérgamo, Filadélfia, Laodicéia e Tiatira foram fundadas por ele. Foi enviado de Éfeso a Roma, onde se afirma que foi lançado num caldeiro de óleo fervendo. Escapou milagrosamente, sem dano algum. Domiciano desterrou posteriormente na ilha de Patmos, onde escreveu o livro do Apocalipse. Nerva, o sucessor de Domiciano, o libertou. Foi o único apóstolo que escapou de uma morte violenta.

17. BARNABÉ
Era de Chipre, porém de ascendência judia. Supõe-se que sua morte teve lugar por volta do 73 d.C.

E apesar de todas estas contínuas perseguições e terríveis castigos, a Igreja crescia diariamente, profundamente arraigada na doutrina dos apóstolos e dos varões apostólicos, e regada abundantemente com o sangue dos santos.



Elaboração, Pastor Mauricio Lima


Trecho extaridos do livro de John Fox O LIVRO DOS MÁRTIRES