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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A Bíblia responde





PREDESTINAÇÃO

"Na sua onisciência, Deus predestinaria um número exato de pessoas para ser condenado e outro para descansar eternamente? Teria cada homem seu destino traçado?"
Acreditamos que Deus, na sua onisciência, por meio de leis científicas e matemáticas, sabe quantos vão vencer a batalha da fé e terminar triunfantes na eterna glória, porém, isso nada tem a ver com a predestinação fatalista: Jo 17.5.
No que tange à predestinação, ela se baseia, em essência, no "conhecimento anterior" de Deus, no sentido de que o seu "amor eterno" e preocupação e interesse pelos crentes é que está em foco. Aqueles sobre quem fixou seu coração de antemão, portanto, são aqueles que se tornaram o alvo de seu decreto determinador.
Esse decreto determinador não é um mero pronunciamento judicial, mas é, sem dúvida, acompanhado por um poder orien¬tador e criador, através do Espírito Santo, que garante o cumprimento do propósito de Deus.
O grande alvo da predestinação é a chamada dos crentes dentro do tempo, e o resultado de ambas as coisas é a transfor¬mação do crente segundo a imagem de Cristo, tanto moral (no que tange à partici¬pação do crente na própria santidade de Deus, tal como Cristo dela participa), como metafísica (no que convence a natu¬reza essencial de Cristo).
Não existe, portanto, predestinação para a condenação. Por exemplo: O caso do endurecimento do coração de Faraó, por dez vezes consecutivas, a Bíblia diz que ele mesmo se endureceu contra a ordem de Deus (Êx 7.13; 8.15,19,32; 9.7,34,35; 13.15; 14.22), e dez vezes lemos que Deus o endu¬receu: Êx 4.21; 7.3; 9.12; 10.20,27; 11.10; 14.4,8,17.
Theodoret assim explica o caso: "O sol, pelo seu calor, torna a cera mole e o barro duro, endurecendo um, amolecendo outro, produzindo pela mesma ação resultados contrários. Assim a longanimidade de Deus faz bem a alguns e mal a outros; al¬guns são amolecidos e outros endurecidos". Contudo, cremos que esse amolecimento ou esse endurecimento vêm daquilo que o homem apresenta a Deus: um coração contrito, ou orgulhoso.
Deus não endurece o coração de um in¬divíduo, necessariamente com uma inter¬venção sobrenatural; o endurecimento pode ser produzido pelas experiências nor¬mais da vida, operando através dos princí¬pios e do caráter da natureza humana, que são determinados por Ele. Esta verdade é profundamente hebraica. Um exemplo se¬melhante desta forma hebraica de pensa¬mento encontra-se em Marcos 4.12, onde Jesus apresenta sua razão para ensinar a verdade sob a forma de parábola. -
Em outras palavras, apesar de a Bíblia declarar que Deus predestina para a vida, para a transformação segundo a imagem de Cristo e para a santidade, isso não quer dizer que Ele predestine algumas pessoas para a condenação conforme os teólogos calvinistas mais radicais têm imaginado. Deus predestina segundo a sua presciência: 1 Pe 1.2.
As Escrituras denominam tão-somente os crentes de eleitos, chamados, escolhidos e predestinados, mas sempre relacionados com a sua posição em Cristo, como as varas na videira. "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo", 2 Co 5.17; "Todo aquele que crer em Jesus, e pela fé permanece nele tem a vida eterna e não entrará em condenação", Jo 15; Rm 8.28-30.
O fatalismo e a predestinação absoluta nunca fizeram parte da doutrina e tradição apostólica, e são comuns às seitas heréti¬cas que se consideram favoritas da divin¬dade e responsáveis pelo desinteresse, frus¬tração e miséria de muitos indivíduos, po¬vos e igrejas.
Analisando a idéia do destino na lin¬guagem popular, vemos que significa uma forma sobrenatural, indomável e irresistí¬vel, da qual não podemos fugir e que limita a nossa liberdade e vontade.
Por ser uma maneira muito cômoda de pensar e de agir, é ela perfilhada por várias religiões e filosofias (fatalismo) e até por confissões religiosas (predestinação abso¬luta), mas sem base no ensino das Sagra¬das Escrituras.
Desde épocas imemoriais o homem tem tido o hábito de acumular na lembrança, através da sua agitada existência, peque¬nos fracassos, desventuras e fatalidades, e com elas construiu um monstro a que deu o nome de "destino", que compreende como uma determinação imutável, esquecendo as inúmeras bênçãos, vantagens e vitórias alcançadas sobre a adversidade.
Sendo o destino o fim para que tende qualquer ação, o lugar a que se dirige a pessoa ou objetivo em causa, está ele sujei¬to às leis espirituais e materiais que regem o universo.
Assim, a vida é composta de bons e maus sucessos, em conformidade com o tempo, o local, o ambiente, a experiência e a atitude do indivíduo em relação a esses elementos. Cada homem tem, pois, que procurar, na prática de uma boa consciên¬cia, o caminho da verdade e do dever, se¬jam quais forem as conseqüências da sua determinação.
Está escrito na Bíblia que só Deus é realmente bom, não pode ser melhor do que é visto ser a personificação do Amor: Lc 18.19; 1 Jo 4.8. Como pessoa livre, per¬feita e justa, criou o homem à sua imagem e tornou-se o alvo de toda a dedicação: Gn 1.26,27; SI 8. Como podia Deus fazer acep¬ção dentre as suas criaturas e determinar-lhes destinos diferentes, senão aqueles que eles próprios como seres livres e feitos a se¬melhança da mesma divindade, desejarem de "motu próprio" trilhar? Rm 2.11-16; 10.12-17.
Deus não apenas seria imperfeito, mas também a encarnação da matéria e malda¬de, se nos induzisse a acreditar no Evangelho para nossa salvação, quando afinal já determinara que nos havíamos de perder ou salvar.
Portanto, nenhum homem, grupo ou organização tem privilégios diante de Deus, a não ser aquele que aceita Jesus como Salvador. Porque Deus não faz acep¬ção de pessoas, e muito menos predetermi¬na, para certos grupos, um juízo, um desti¬no cruel na eternidade. Sobre o assunto a Bíblia diz: "Vivo eu, diz o Senhor Jeová, que não tenho prazer na morte do ímpio mas em que o ímpio se converta do seu ca¬minho, e viva: convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que razão morrereis?" Ez 33.11a; "Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais", Jr 29.11.


QUEM APARECEU A SAUL?


"Quem foi que apareceu a Saul em 1 Samuel 28.7-25?"
Preliminarmente, ressaltamos, que o capítulo 28 de 1 Samuel, a começar do seu versículo 7 até o 25, foi escrito por uma tes¬temunha ocular; logo, por um dos servos de Saul que o acompanhou à necromante: vv.7,8. Freqüentemente, esses servos eram estrangeiros e quase sempre supersticiosos, crentes no erro - razão por que o seu estilo é tão convincente. Esta crônica que é parte da história de Israel, pela determinação di¬vina, entrou no Cânon assim como os dis¬cursos dos amigos de Jó (42.7), as afirma¬ções do autor de "debaixo do sol" (Ec 3.19) e a fala da mulher de Tecoa (2 Sm 12.2-21), que são palavras e conceitos mera¬mente humanos. A confusão gerada pelo assunto exposto no texto é porque foi ana¬lisado o ponto de vista do servo de Saul. Todavia, sobre a questão se Samuel falou ou não com Saul, a Bíblia é bem clara e tem argumentos definidos para desmentir todas e quaisquer afirmações hipotéticas e asseverações parapsicológicas a seu respei¬to. Examinaremos alguns desses argumen¬tos e veremos a impossibilidade de ter sido Samuel a pessoa com quem falou Saul:1
1. Argumento gramatical (v.6): "... o Senhor... não lhe respondeu". O verbo hebraico é completo e categórico. Na con¬dição que Saul estava, Deus não lhe responderia e não lhe respondeu. O fato é con¬firmado pela frase: "... Saul... interrogara e consultara uma necromante e não ao Se¬nhor...", 1 Cr 10.13,14.
2. Argumento exegético: v.6. Nem por Urim - revelação sacerdotal (w.14,18), nem por sonhos - revelação pessoal, nem por profetas - revelação inspiracional da parte de Deus. Fosse Samuel o veículo transmissor, seria o próprio Deus respondendo, pois Samuel não podia falar senão por inspiração. E, se não foi o Senhor, não foi Samuel.
3. Argumento ontológico. Deus se iden¬tifica como Deus dos vivos: de Abraão, de Isaque, de Jacó: Êx 3.15; Mt 22.32. Ne¬nhum deles perdeu a sua personalidade e sua integridade. Seria Samuel o único a poluir-se, contra a natureza do seu ser, contra Deus e contra a doutrina que ele mesmo pregara (1 Sm 15.23), quando em vida nunca o fez? Impossível.
4. Argumento escatológico. O pecado de Samuel tomar-se-ia mais grave ainda, por ter ele estado no "seio de Abraão", ten¬do recebido uma revelação superior e co¬nhecimento mais exato das coisas encober¬tas, e não tê-las considerado, nem obedeci¬do às ordens de Deus: Lc 16.27-31. Mas Sa¬muel nunca desobedeceu a Deus: 1 Sm 12.3,4.
5. Argumento doutrinário. Consultar os "espíritos familiares" é condenado pela Bíblia inteira. Logo, aceitando a profecia do pseudo-Samuel, cria-se uma nova dou¬trina, que é a revelação divina mediante pessoas ímpias e polutas. E, além disso, para serem aceitas as afirmações proféti¬cas como verdades divinas, é necessário que sejam de absoluta precisão; o que não acontece no caso presente.
6. Argumento profético: Dt 18.22. As profecias devem ser julgadas: 1 Co 14.29. E essas do pseudo-Samuel não resistem ao exame. São ambíguas, imprecisas e infun¬dadas. Vejamos: a) Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus (1 Sm 28.19), mas se suicidou (1 Sm 31.4) e veio parar nas mãos dos homens de Jabes-Gileade: 1 Sm 31.11,13. Infelizmente, o pseudo-Samuel não podia prever este detalhe; b) não morreram todos os filhos de Saul ("... tu e teus filhos", 1 Sm 28.19) como insipua essa ou¬tra profecia obscura. Ficaram vivos pelo menos três filhos de Saul: Isbosete (2 Sm 2.8-10), Armoni e Mefibosete: 2 Sm 21.8. Apenas três morreram, como anotam clara e objetivamente as passagens seguintes: 1 Sm 31.26 e 1 Cr 10.2-6; c) Saul não morreu no dia seguinte ("... amanhã... estareis co¬migo", 1 Sm 28.19). Esta é uma profecia do tipo délfico, ambígua. Saul morreu cer¬ca de dezoito dias depois: 1 Sm 30.1,10,13,17; 2 Sm 1.13. Afirmar que a pa¬lavra hebraica "mahar" (amanhã), aqui, é de sentido indefinido, é torcer o hebraico e a sua exegese, pois todos vão morrer mes¬mo, em "algum dia" no futuro, isto não é novidade; d) Saul não foi para o mesmo lugar que Samuel ("... estareis comigo", 1 Sm 28.19). Outra profecia inversossímil: interpretar o "comigo" por simples "além" (Sheol), é tergiversar. Samuel estava no "seio de Abraão", sentia isso e sabia a diferença que existe entre um salvo e um per¬dido. Jesus também o sabia, e não disse ao ladrão que estava na cruz: "Hoje estarás comigo no além (Sheol)", mas sim no "Paraíso". Logo, Samuel não podia ter dito a Saul que este estaria no mesmo lugar que ele: no "seio de Abraão". Porque com o ato abominável e reprovado de Saul em con¬sultar uma feiticeira e não ao Senhor, foi completamente anulada a sua possibilida¬de de ir para o mesmo lugar de Samuel - o "seio de Abraão".
Ainda notamos este absurdo, analisan¬do a palavra "médium" (heb), que é traduzida em outras versões por "espírito adivinhador" ou "espírito familiar" e no texto grego (LXX) por "engastrimuthos", que significa ventríloquo, isto é, um de fala diferente, palavra que indica a espécie de pessoa usada por um desses espíritos.
Assim concluímos que:
• Não foi Samuel quem apareceu e fa¬lou com Saul, mas sim um espírito de¬moníaco.
• Nenhum morto por invocação huma¬na pode aparecer ou falar com alguém, e quanto mais Samuel.
• Todas as predições do pseudo-Samuel estavam deturpadas. Nada se cumpriu. Isto é um verdadeiro contra-senso, visto que, Samuel quando em vida, "nenhuma só das suas palavras caiu por terra". 1 Sm 3.19.
• Quem pratica tais coisas, a saber, in¬voca os mortos, consulta necromantes, es¬tá sendo logrado pelas artimanhas de Satanás.
• Deus é Deus dos vivos e não dos mor¬tos: Mt 22.32. Assim, aqueles que invocam os mortos estão indo de encontro a essa lei básica e bíblica.
• Não existe, portanto, neste trecho ne¬nhuma similaridade ou abertura para supostos fundamentos de doutrinas heréti¬cas. Ademais, todos esses argumentos pro¬vam categoricamente a impossibilidade de tais pensamentos. A Bíblia é a verdade.



Elaboração Ev. Mauricio Lima


Este texto foi extraído do livro a bíblia responde publicado pela Cpad.

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