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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Dia 31/10 495 anos da Reforma Protestante




495 anos da Reforma Protestante

Em 31 de Outubro de 1517, Martinho Lutero afixou na porta da capela de Wittemberg 95 teses que gostaria de discutir com os teólogos católicos, as quais versavam principalmente sobre penitência, indulgências e a salvação pela fé. O evento marca o início da Reforma Protestante, e representa um marco e um ponto de partida para a recuperação das sãs Movido pelo amor e pelo empenho em prol do esclarecimento da verdade, discutir-se-á em Wittemberg, sob a presidência do Rev. Martinho Lutero o que se segue. Aqueles que não puderem estar presentes para tratarem o assunto verbalmente conosco, poderão fazê-lo por escrito.


As 95 Teses



1ª TESE
Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos, certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo e ininterrupto arrependimento.

2ª TESE
E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento de penitência, isto é, á confissão e satisfação, a cargo dos sacerdotes.

3ª TESE
Todavia, não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz toda sorte de mortificação da carne.

4ª TESE
Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até à entrada para a vida eterna.

5ª TESE
O papa não quer e não pode dispensar de outras penas além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos papais.

6ª TESE
O papa não pode perdoar dívida se não declarar e confirmar aquilo que já foi perdoado por Deus, ou então o faz nos casos que lhe foram reservados. Nestes casos, se desprezados, a dívida em absoluto deixaria de ser anulada ou perdoada.


7ª TESE
Deus a ninguém perdoa a dívida sem que ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, ao ministro seu substituto.

8ª TESE
Cânones Poenitentiales, que são as ordenanças de prescrição de maneira em que se deve confessar e expiar, são impostos aos vivos e, de acordo com as mesmas ordenanças, não dizem respeito aos moribundos.

9ª TESE
Eis por que o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluindo este de todos o s seus decretos ou direitos o artigo da morte e da necessidade suprema.

10ª TESE
Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõem aos moribundos, penitências canônicas ou para o purgatório afim de ali serem cumpridas.

11ª TESE
Este joio, de que é o transformar a penitência e satisfação, previstas pelos cânones ou estatutos, em penitência ou apenas do purgatório, foi semeado enquanto os bispos dormiam.

12ª TESE
Outrora canônica poenae, ou seja, penitência e satisfação por pecados cometidos, eram impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidade de provar a sinceridade do arrependimento e do pesar.

13ª TESE
Os moribundos, tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito canônico, sendo portanto, dispensados com justiça de sua imposição.

14ª TESE
Piedade ou amor imperfeitos da parte daquele que se acha às portas da morte, necessariamente resultam em grande temor: logo, quanto menos o amor, tanto maior o temor.

15ª TESE
Este temor e espanto em si tão só, sem nos referimos a outras coisas, basta para causar o tormento.

16ª TESE
Céu, purgatório e inferno diferem entre si, ao que parece, como o desespero, ou quase desespero e a segurança completa.

17ª TESE
É necessário que se aumente o amor e se diminua o horror para as almas do purgatório.

18ª TESE
Nem a razão, nem as escrituras asseguram que elas estão fora do alcance do amor.

19ª TESE
Nem está provado, tão pouco, que elas tenham certeza da salvação, embora nós outros saibamos disso.

20ª TESE
Portanto, quando o papa se refere à “completa remissão das penas”, não se refere a “todas”, mas apenas às por ele impostas.

21ª TESE
Enganam-se, portanto, os pregadores de indulgências quando afirmam que por meio das indulgências alguém pode ficar livre de todas as penas e salvo.

22ª TESE
De fato, o papa não dispensa as almas do purgatório de nenhuma das penas que deviam ter expiado e pago ainda na presente vida, segundo os cânones da Igreja.

23ª TESE
Verdade é que, se houver qualquer perdão plenário das penas, este apenas será dado aos mais perfeitos, que são bem poucos.

24ª TESE
Logo, a maioria do povo é enganada por esta indiscriminada e altissonante promessa de liberação de penas.

25ª TESE
O poder que o papa tem sobre o purgatório, em geral, é igual ao que qualquer bispo ou cura possui em sua diocese ou paróquia.

26ª TESE
O papa faz muito bem em não conceder o perdão às almas em virtude do poder das chaves (cousa que não possui), mas pela ajuda ou em forma de intercessão.

27ª TESE
Eles pregam que no momento exato em que a moeda soa caindo no fundo do cofre, a alma se vai do purgatório.

28ª TESE
O que sucede quando a moeda soa no fundo do cofre é que aumentam a ganância e a avareza, mas o resultado da intercessão da Igreja acha-se inteiramente no poder de Deus.

29ª TESE
Quem sabe todas as almas do purgatório querem sair dali, como nas lendas de São Severino e São Pascoal?

30ª TESE
Ninguém está certo de que sua própria contrição seja sincera; nem de que tenha obtido plena remissão de seus pecados.

31ª TESE
Tão raro como o homem que é verdadeiramente penitente é aquele que compra indulgências.

32ª TESE
Estarão eternamente condenados juntamente com seus mestres, aqueles que se crêem salvos mediante breves de indulgências.

33ª TESE
Os homens devem guardar-se daqueles que dizem que o perdão do papa é um dom inapreciável de Deus.

34ª TESE
Porque essas indulgências só se relacionam com as penas sacramentais impostas pelos homens.

35ª TESE
Não pregam doutrina cristã esses que ensinam que não é necessário a arrependimento quando se compra a saída de almas do purgatório ou se adquireconfessonalia (direito de eleger seu próprio confessor.)

36ª TESE
Todo o cristão verdadeiramente arrependido tem direito à plena remissão da pena e da culpa, mesmo sem breves de indulgência.

37ª TESE
Todo o cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, que lhe são concedidos por Deus, mesmo sem breves de indulgência.

38ª TESE
Entretanto, não se deve desprezar o perdão e a distribuição deste pelo Papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão consiste numa declaração do perdão divino.

39ª TESE
É dificílimo, mesmo para os mais doutos teólogos, recomendar ao povo ao mesmo tempo a abundância de indulgência e a necessidade de uma verdadeira contrição e arrependimento.

40ª TESE
O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o castigo; mas a profusão da indulgência livra das penas e faz com que se as aborreça.

41ª TESE
Os perdões papais devem ser pregados cautelosamente para que o homem simples não venha a julgar erradamente ser preferível a indulgência às obras de amor e caridade.

42ª TESE
Deve-se ensinar ao povo que o papa não deseja que se estabeleça grau de igualdade entre as indulgência e as obras de caridade.

43ª TESE
Deve-se ensinar aos cristãos que quem dá aos pobres ou ajuda aos necessitados produz obra melhor que comprando indulgências.

44ª TESE
E que as obras de caridade aumentam o amor do próximo. O que não sucede com as indulgências, que apenas livram da penalidade.

45ª TESE
Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que, em vez de ajudar os necessitados, compra indulgências, não está adquirindo indulgência do papa e sim, a indulgência de Deus.

46ª TESE
Deve-se ensinar aos cristãos que, a não ser que tenham demais para o necessário a si e aos seus, não devem esbanjar dinheiro com indulgências.

47ª TESE
Deve-se ensinar aos cristãos que a compra de indulgências é questão de livre arbítrio e não uma operação obrigatória.

48ª TESE
Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, ao conceder indulgência, necessita e deseja mais as nossas orações que o dinheiro que elas lhe produzem.

49ª TESE
Deve-se ensinar aos cristãos que as indulgências do papa são muito boas enquanto não se confiar nelas; mas, muito prejudiciais quando, em conseqüência delas, se perde o temor de Deus.

50ª TESE
Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa tivesse conhecimento da traficância dos apregoadores de indulgências, preferiria ver a Basílica de São Pedro reduzida a cinzas do que edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.

51ª TESE
Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por um dever, preferiria distribuir o seu dinheiro aos que são despojados pelos apregoadores de indulgências, vendendo, se necessário, a própria Basílica de São Pedro.

52ª TESE
Esperar ser salvo mediante breves de indulgências é vaidade e mentira, coisa que nem o comissário de indulgências, nem o papa poderiam assegurar, nem dando as próprias vidas como garantia.

53ª TESE
São inimigos de Cristo e do Papa quantos proíbem a Palavra de Deus nas Igrejas por causa da predica das indulgências.

54ª TESE
Comete-se a injustiça à Palavra de Deus quando, no mesmo sermão se consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à pregação da Palavra de Deus.

55. A atitude do Papa necessariamente é: se as indulgências (que são o menos importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e uma cerimônia, o Evangelho (que é o mais importante) deve ser anunciado com uma centena de sinos, procissões e cerimônias.

56. Os tesouros da Igreja, a partir dos quais o papa concede as indulgências, não são suficientemente mencionados nem conhecidos entre o povo de Cristo.

57. É evidente que eles, certamente, não são de natureza temporal, visto que muitos pregadores não os distribuem tão facilmente, mas apenas os ajuntam.

58. Eles tampouco são os méritos de Cristo e dos santos, pois estes sempre operam, sem o papa, a graça do ser humano interior e a cruz, a morte e o inferno do ser humano exterior.

59. S. Lourenço disse que os pobres da Igreja são os tesouros da mesma, empregando, no entanto, a palavra como era usada em sua época.

60. É sem temeridade que dizemos que as chaves da Igreja, que foram proporcionadas pelo mérito de Cristo, constituem estes tesouros.

61. Pois está claro que, para a remissão das penas e dos casos especiais, o poder do papa por si só é suficiente.[7]

62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.

63. Mas este tesouro é certamente o mais odiado, pois faz com que os primeiros sejam os últimos.

64. Em contrapartida, o tesouro das indulgências é certamente o mais benquisto, pois faz dos últimos os primeiros.

65. Portanto, os tesouros do Evangelho são as redes com que outrora se pescavam homens possuidores de riquezas.

66. Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a riqueza dos homens.

67. As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como as maiores graças realmente podem ser entendidas como tais, na medida em que dão boa renda.

68. Entretanto, na verdade, elas são as graças mais ínfimas em comparação com a graça de Deus e a piedade da cruz.

69. Os bispos e curas têm a obrigação de admitir com toda a reverência os comissários de indulgências apostólicas.

70. Têm, porém, a obrigação ainda maior de observar com os dois olhos e atentar com ambos os ouvidos para que esses comissários não preguem os seus próprios sonhos em lugar do que lhes foi incumbidos pelo papa.

71. Seja excomungado e amaldiçoado quem falar contra a verdade das indulgências apostólicas.

72. Seja bendito, porém, quem ficar alerta contra a devassidão e licenciosidade das palavras de um pregador de indulgências.

73. Assim como o papa, com razão, fulmina aqueles que, de qualquer forma, procuram defraudar o comércio de indulgências,

74. muito mais deseja fulminar aqueles que, a pretexto das indulgências, procuram fraudar a santa caridade e verdade.

75. A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes a ponto de poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, caso isso fosse possível, é loucura.

76. Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular sequer o menor dos pecados venais no que se refere à sua culpa.

77. A afirmação de que nem mesmo São Pedro, caso fosse o papa atualmente, poderia conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o Papa.

78. Dizemos contra isto que qualquer papa, mesmo São Pedro, tem maiores graças que essas, a saber, o Evangelho, as virtudes, as graças da administração (ou da cura), etc., como está escrito em I.Coríntios XII.

79. É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, insigneamente erguida, eqüivale à cruz de Cristo.

80. Terão que prestar contas os bispos, curas e teólogos que permitem que semelhantes sermões sejam difundidos entre o povo.

81. Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja fácil nem para os homens doutos defender a dignidade do papa contra calúnias ou questões, sem dúvida argutas, dos leigos.

82. Por exemplo: Por que o papa não esvazia o purgatório por causa do santíssimo amor e da extrema necessidade das almas – o que seria a mais justa de todas as causas –, se redime um número infinito de almas por causa do funestíssimo dinheiro para a construção da basílica – que é uma causa tão insignificante?

83. Do mesmo modo: Por que se mantêm as exéquias e os aniversários dos falecidos e por que ele não restitui ou permite que se recebam de volta as doações efetuadas em favor deles, visto que já não é justo orar pelos redimidos?

84. Do mesmo modo: Que nova piedade de Deus e do papa é essa que, por causa do dinheiro, permite ao ímpio e inimigo redimir uma alma piedosa e amiga de Deus, mas não a redime por causa da necessidade da mesma alma piedosa e dileta por amor gratuito?

85. Do mesmo modo: Por que os cânones penitenciais – de fato e por desuso já há muito revogados e mortos – ainda assim são redimidos com dinheiro, pela concessão de indulgências, como se ainda estivessem em pleno vigor?

86. Do mesmo modo: Por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos ricos mais crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos esta uma basílica de São Pedro, ao invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis?

87. Do mesmo modo: O que é que o papa perdoa e concede àqueles que, pela contrição perfeita, têm direito à plena remissão e participação?

88. Do mesmo modo: Que benefício maior se poderia proporcionar à Igreja do que se o papa, assim como agora o faz uma vez, da mesma forma concedesse essas remissões e participações cem vezes ao dia a qualquer dos fiéis?

89. Já que, com as indulgências, o papa procura mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que suspende as cartas e indulgências, outrora já concedidas, se são igualmente eficazes?

90. Reprimir esses argumentos muito perspicazes dos leigos somente pela força, sem refutá-los apresentando razões, significa expor a Igreja e o papa à zombaria dos inimigos e fazer os cristãos infelizes.

91. Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o espírito e a opinião do papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente respondidas e nem mesmo teriam surgido.

92. Portanto, fora com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo "Paz, paz!" sem que haja paz!

93. Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo "Cruz! Cruz!" sem que haja cruz![8]

94. Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu cabeça, através das penas, da morte e do inferno.

95. E que confiem entrar no céu antes passando por muitas tribulações do que por meio da confiança da paz.





Pr. Mauricio Lima

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